Preso ameaça juíza durante audiência e se declara “inimigo número 1 do Estado”

Sullivan Luiz Carlos, detido com drogas e arma, afirmou que está disposto a “matar e morrer pelo crime”; juíza converteu flagrante em prisão preventiva

Preso ameaça juíza durante audiência e se declara “inimigo número 1 do Estado”

Um homem preso por tráfico de drogas em Lavras, no Sul de Minas Gerais, protagonizou uma cena de afronta e ameaça durante audiência de custódia realizada nesta semana. Sullivan Luiz Carlos, detido em 3 de junho após ser flagrado com 12 cigarros de maconha e realizar disparos de arma de fogo, declarou à juíza Patrícia Narciso Alvarenga que é o “inimigo número 1 do Estado” e afirmou estar disposto a “matar e morrer” pelo crime.

Durante a audiência conduzida pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Sullivan fez diversas declarações interpretadas como ameaças ao Poder Judiciário, ao Ministério Público e à sociedade. “Aqui nós é o número 1 contra o sistema, tá certo? Quantas vezes for preciso eu ir pra biqueira eu vou, porque eu sou o inimigo número 1 de vocês”, disse o acusado. Em seguida, completou: “O Estado tem é que se f****”.

Diante do histórico de reincidência e da postura considerada “extremamente preocupante”, a magistrada converteu o flagrante em prisão preventiva. Sullivan havia deixado a cadeia apenas dois dias antes de ser preso novamente, por porte ilegal de arma de fogo.

“A habitualidade criminosa evidenciada, mesmo após intervenções do sistema de justiça, indica que as medidas cautelares seriam insuficientes para conter a propensão do autuado à prática de novos crimes”, destacou a juíza em sua decisão. Ela também apontou a “postura afrontosa e beligerante” do acusado, que afirmou possuir contatos fora da prisão dispostos a executar seus planos.

A audiência contou com a presença do promotor de Justiça Stefano Naves Boglione, da defensora pública Bianca Nascimento e de um servidor do TJMG.

Por meio de nota oficial, o Tribunal de Justiça informou que acompanha o caso de perto através do Gabinete de Segurança Institucional. Segundo o comunicado, todas as providências relacionadas à segurança da magistrada já foram adotadas, “sem prejuízo das medidas a cargo da Autoridade Policial Civil e do Ministério Público”.