Sérgio Moro cobra CPMI para investigar fraudes no INSS e acusa omissão do governo Lula
Novo ministro da Previdência será ouvido no Senado

Em discurso no Plenário nesta terça-feira (6), o senador Sérgio Moro (União-PR) voltou a cobrar a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o esquema de fraudes que resultou em descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas do INSS. O parlamentar destacou que o escândalo já ultrapassa R$ 1 bilhão em prejuízos apenas em 2023, com crescimento expressivo em 2024, segundo dados da Controladoria-Geral da União (CGU).
“Estamos diante de um dos maiores escândalos de corrupção da atualidade, não só pela cifra bilionária, mas pelo alvo escolhido: os idosos, os mais frágeis da sociedade. Isso exige uma resposta firme e imediata do Congresso”, afirmou Moro.
Indícios de suborno e omissão institucional
O senador revelou que há indícios de suborno a altos funcionários do INSS, além de omissão por parte das autoridades responsáveis, mesmo após alertas formais da CGU sobre o crescimento da irregularidade. Ele também criticou a postura do governo federal, citando que uma das entidades envolvidas no esquema tem como dirigente o irmão do presidente Lula.
“Não é mais um desvio em estatais como vimos no mensalão ou na Lava Jato. É um roubo direto no contracheque de aposentados, que contribuíram a vida toda. E há indícios de envolvimento da cúpula do INSS”, denunciou.
Novo ministro da Previdência será ouvido no Senado
Moro informou que a Comissão de Transparência e Fiscalização (CTFC) do Senado aprovou requerimento para ouvir, no próximo dia 15, o novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, que substituiu Carlos Lupi após a revelação do escândalo. A audiência busca esclarecer as providências adotadas, a responsabilidade dos gestores anteriores e a possibilidade de ressarcimento aos prejudicados.
“A CGU já havia alertado. Por que não agiram antes? Por que deixaram o rombo chegar a esse ponto? Essa é uma pergunta que precisa de resposta diante do Congresso e da sociedade”, questionou o senador.
A Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, revelou um esquema que envolvia entidades sindicais e associações, que aplicavam descontos sem autorização nos benefícios de aposentados, por meio de acordos técnicos com o INSS, violando direitos e ampliando o desequilíbrio institucional do sistema previdenciário brasileiro.
O Jornal Folha de Goiás acompanha com responsabilidade e independência todos os desdobramentos sobre o escândalo no INSS, reforçando seu compromisso com os direitos dos aposentados, a transparência pública e o combate à corrupção em Goiás, Goiânia e em todo o país.
Análise crítica
O escândalo no INSS é um marco simbólico do colapso institucional quando falhas administrativas, omissões políticas e interesses financeiros convergem contra os mais vulneráveis. A cobrança por uma CPMI é legítima diante da magnitude das denúncias. Mais do que investigações, o Congresso precisará dar respostas concretas, inclusive em forma de ressarcimento direto às vítimas, revisão dos acordos técnicos com entidades e reforma urgente da governança do INSS.