STF recebe mais de 3 mil pedidos para acompanhar julgamento de Bolsonaro e aliados
Mais de 3 mil pessoas tentaram se inscrever para acompanhar as sessões, mas apenas 1.200 terão acesso; julgamento pode resultar em penas superiores a 30 anos de prisão.
O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu 3.357 inscrições de pessoas interessadas em acompanhar presencialmente o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus do núcleo 1 da chamada trama golpista, marcado para começar no próximo dia 2 de setembro.
As inscrições, abertas na semana passada, foram disponibilizadas ao público em geral e também a advogados de réus dos demais três núcleos da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que apura a tentativa de golpe de Estado em 2022.
Apesar da alta procura, apenas os 1.200 primeiros inscritos terão acesso ao julgamento, por conta da limitação de espaço físico.
Organização
Os contemplados assistirão às sessões em um telão instalado na sala da Segunda Turma da Corte, já que a Primeira Turma — onde ocorrerá o julgamento — será reservada exclusivamente para advogados de defesa e profissionais de imprensa.
Foram disponibilizados 150 lugares para cada uma das oito sessões agendadas para os dias 2, 9, 10 e 12 de setembro. O STF entrará em contato por e-mail para informar os contemplados sobre o dia e horário de comparecimento.
Imprensa
A Corte também recebeu 501 pedidos de credenciamento de jornalistas brasileiros e estrangeiros para a cobertura do julgamento, que deve atrair grande atenção nacional e internacional.
Julgamento
O caso será analisado pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.
Bolsonaro e os demais réus respondem pelos crimes de:
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organização criminosa armada;
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tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
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golpe de Estado;
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dano qualificado por violência e grave ameaça;
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deterioração de patrimônio tombado.
Em caso de condenação, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
Réus do núcleo 1
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Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;
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Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
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Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
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Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF;
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Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
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Paulo Sérgio Nogueira (general) – ex-ministro da Defesa;
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Walter Braga Netto – ex-ministro da Defesa e candidato a vice em 2022;
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Mauro Cid (tenente-coronel) – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.




