Três cidades do PI são citadas em relatório que aponta matrículas de pessoas mortas

Três cidades do PI são citadas em relatório que aponta matrículas de pessoas mortas

Uma reportagem exibida pelo programa Fantástico, da TV Globo, revelou que a Controladoria-Geral da União (CGU) identificou indícios de fraude no sistema de Educação de Jovens e Adultos (EJA) em 35 municípios de 13 estados brasileiros. Um dos casos que mais chamaram atenção foi o de Paquetá, no Piauí, cidade com menos de 4 mil habitantes, mas que registrou uma quantidade desproporcionalmente alta de matrículas na EJA, a maior do Brasil em termos proporcionais.

A equipe do Fantástico realizou uma investigação e encontrou diversas irregularidades na lista de matriculados. Entre os casos detectados, estava o de Luiz Reis dos Santos, falecido em 2017, mas ainda constando como aluno ativo nos anos de 2022 e 2023. O mesmo ocorreu com Valdeci Roque Cruz, que faleceu em 2018. Sua filha, professora na escola onde ele estaria matriculado, afirmou que o nome dele foi retirado do censo logo após sua morte. No entanto, a prefeitura continuou recebendo recursos federais como se ele estivesse estudando normalmente.

Além disso, foi identificado um aluno matriculado em Paquetá que, na verdade, estava preso em Rondônia, e um casal de Goiás que constava na lista de estudantes da cidade sem nunca ter frequentado a instituição.

Resposta das Autoridades

Diante das denúncias, a reportagem do Fantástico procurou a prefeitura de Paquetá para esclarecimentos. O prefeito atual, Clayton Barros, pertence ao mesmo grupo político do ex-prefeito Thales Coelho, que atualmente exerce mandato como deputado estadual. O assessor jurídico da prefeitura, Daniel Leonardo, afirmou que todos os alunos matriculados frequentam regularmente as aulas e que a lista de presença foi encaminhada ao Ministério Público para investigação.

A prefeitura também informou que os nomes de pessoas falecidas foram retirados da lista em 2020, mas um erro no sistema fez com que continuassem aparecendo nos registros. Segundo a administração municipal, o problema foi relatado ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP) e posteriormente corrigido. O ex-prefeito Thales Coelho negou qualquer envolvimento ou conhecimento sobre irregularidades na EJA durante sua gestão.

A CGU segue investigando o caso para determinar se houve dolo na manipulação dos dados e se ocorrerá a devolução de recursos federais ao erário.